Era
uma manha chuvosa de outubro. Estava frio e eu estava a socializar com os meus
novos amigos. Conversava com a Denise uma rapariga da turma de design (a quem
guardo muito afeto). Falava sobre os novos aspetos da escola e o que poderia
vir a enfrentar. Sentia-me como um peixe fora de água. Deslocada e muito
atrapalhada pelo facto de não ser boa com nomes (esqueço-me sempre). Olhava
para os outros que enfiaram-se no bar da escola a falar alto e aos berros. As
raparigas eram histéricas pelo facto de estarem a cobiçar os rapazes. Tornava-se,
difícil ouvir fosse o que fosse. Ate que algo me chamou á atenção. Um rapaz com
um pequeno rabicho na nuca, com uma camisola do Rey Mestyrio. Nessa altura
andava com a mania do werstling de modo que comentei com a Denise “quem é
aquele da camisola bacana?” (bah gíria de rio tinto) “é o Moisés da minha
turma”. Estupidamente apressei-me a dizer “oh Moisés, linda camisola” foi aí
que cruzamos olhares pela primeira vez. Os seus olhos verdes claros
encontraram-se com os meus. Ambos vermelhos tronamos aos nossos afazeres.
Dias
mais tarde comecei a falar com ele. A conhece-lo melhor. A cada dia que passava,
descobria qualquer coisa. Estava confusa algo estava a crescer dentro de mim. Algo
novo que eu, simplesmente não podia ignorar. Falava com ele de um modo
diferente. Conseguia dizer disparates que ele apenas ria e completava com algo
sublime. Passou vários dias ate ficar-mos sozinhos a falar sozinhos (geralmente
tínhamos os nossos amigos). Sempre que abria a boa diziam-me “és mesmo parecida
com o Moisés” algo que decerto me agradou! Lembro-me de andar a fazer a típica
pesquisa das raparigas. se gostava de alguém, se namorava, se falava sobre mim…
até que a bomba rompeu o meu coração “eu acho que ele gosta da Filipa da turma
dele”. fiquei tao triste nesse dia nem queria aproximar-me dele. Mas quando
olhava nos seus olhos via algo tao estranho. Um brilho que nunca vi nos olhos
de ninguém, uma sensação de calor que me invadia. “Vou conquista-lo” pensei mas
apos ver a Filipa pensei “nem vale a pena competir!”
Dias
depois falei com o Nuno que era seu amigo, este deixou bem claro que essa paixão
já estava morta e que eu podia arriscar. Tentei disfarçar a dizer que não era
nada do que estava a pensar e ele, gentilmente apenas me disse “mentes muito
mal”. Passamos uma hora no autocarro a falar do que deveria de fazer. Não
gostava do rapaz com quem saia (na realidade era difícil para mim admitir o
facto de que fui vencida pelo cansaço (pensei que a historia dos meus pais pudesse
resultar comigo). ele aconselhou-me e acabei o relacionamento depois já
estava com a consciência limpa.
Que fique bem claro
que eu nunca traí ninguém
Aproximei-me dele com muito
carinho porque queria que ele soubesse o que sentia mas pela primeira vez na
vida fiquei sem palavras. No dia 4 de Janeiro uma notícia foi-me
comunicada bruscamente pelo Rafael (um colega de turma) “o Moisés á hora de
almoço vai beijar-te e pedir-te em namoro e tu vais estar calada!”
Entrei
em pânico total! Nos intervalos, escondia-me pois como qualquer rapariga faz…
ate que chegou a dita hora de almoço. Tinha o coração a mil! Olhava a para
todos os lados com a esperança de o ver “será que vai mesmo?” pensava eu com um
nó no estomago. Olhava para todos os lados atem que ele apareceu! Feita parva
escondi-me debaixo da mesa. A minha prima olhou para mim e disse-me “o que é
que estás a fazer?”. “Estou a apertar o cordão das sapatilhas!” Respondi com um
sorriso nervoso. “Tu estas de botas…” disse com um ar de dúvida. Ao levantar-me
dei com a cabeça na mesa. De modo que todos me viu inclusive ele. Chamou-me e
eu fui ter com ele. Enquanto descíamos as escadas lembro-me de pensar que ia
cair! Fomos ate ao local mais escuro e frente e frente falamos.
“Eu
queria dizer-te uma coisa” começou a dizer com uma doce voz que me derretia. Nessa
altura pensei que as pernas iam-me falhar! Começou a dizer um discurso ao qual
eu não prestei muita atenção, apenas pensava “porque não me beijas de uma vez?”
ate que ele me disse “eu posso, mas não consigo”. Nesse momento olhei para ele
os seus olhos brilhavam literalmente estávamos tao próximos! “É assim tao difícil?”
Perguntei com medo. Nesse momento não sei o que aconteceu, sei que nos beijamos
apaixonadamente. Nervosos, olha-mos um para o outro e demos as mãos. Era oficial
namorávamos e eu estava tao feliz! Filmaram a cena (correu todos os telemóveis
da escola –’) num entanto nada disso me preocupava estava tao feliz!
E
foi assim que á três anos (ou quase) que nos tornamos um só.
Amo-te
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